Chinesa Diqee fará aporte de R$ 5 milhões para construção de fábrica em MG

Chinesa Diqee fará aporte de R$ 5 milhões para construção de fábrica em MG
Planta terá capacidade de produzir 2 mil unidades/mês

Ele aspira o pó, varre e passa pano na casa com desinfetante. Pode não parecer, mas o sujeito dessa frase é um robô doméstico que, em breve, chegará a Minas Gerais. Produzido há 15 anos pela empresa chinesa Diqee, a tecnologia ganhou, este ano, uma versão mais robusta com funções de segurança e Internet das Coisas (IoT) pela iniciativa do mineiro e inventor Renato Werner.

Além de propor inovações ao produto, o empresário está gerenciando a expansão da empresa para a Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). A indústria receberá investimento de R$ 5 milhões, capacidade de produção de 2 mil robôs por mês e deve começar a operar no segundo semestre de 2017.

A relação de parceria entre o empresário mineiro e a empresa chinesa se deu há aproximadamente um ano, quando Werner percebeu que o robô doméstico vendido pela Diqee poderia ser ainda mais inteligente e mais útil dentro na rotina dos moradores de uma casa. Acreditando nisso, ele se tornou sócio da empresa e investiu no aperfeiçoamento da tecnologia, que ganhou uma câmera conectada a um aplicativo, possibilitando seu controle à distância.

Dessa forma, o proprietário pode acionar ou desligar o robô mesmo fora de casa e ainda consegue verificar os ambientes da casa por meio da câmera. A ideia deu tão certo que o produto passou a ser um dos mais vendidos na China. Agora, o empresário quer trazer esse sucesso para Minas Gerais.

Robô deve ser vendido no mercado por uma média de R$ 1.600 a R$ 2.500.
Robô deve ser vendido no mercado por uma média de R$ 1.600 a R$ 2.500.

“A demanda por robôs domésticos no Brasil está aumentando e, para dominarmos esse mercado, entendemos que temos que ter uma produção nacional. Na China, a produção é de 10 mil robôs por mês e aqui vamos iniciar com 2 mil por mês”, afirma. Ele explica que um dos diferenciais da tecnologia é a funcionalidade de passar pano com desinfetante. Segundo ele, essa adaptação é uma tropicalização do robô para o Brasil, onde as casas são construídas principalmente com pisos de cerâmica, porcelanato e granito, diferente dos Estados Unidos onde há uma predominância do carpete.

De acordo com Werner, serão investidos R$ 5 milhões na construção da fábrica. Ainda não há definição sobre a cidade-sede, mas ele demonstra interesse por cidades da região metropolitana como Betim, Lagoa Santa, Sabará, Nova Lima e Sete Lagoas. O empresário afirma que a fábrica deve gerar apenas 50 empregos, pois a maior parte dos processos será automatizado. “Muitas pessoas veem isso com maus olhos, mas a automatização da fábrica vai tornar o Brasil mais competitivo. Poderemos disputar os mercados dos Estados Unidos, Canadá e dos países da América Latina, que hoje compram direto da China”, afirma. A expectativa é de que a fábrica comece a operar em julho do ano que vem.

De acordo com Werner, o robô deve ser vendido no mercado por uma média de R$ 1.600 a R$ 2.500, valor que ele considera acessível para as famílias. “Se pensarmos que esse valor é a metade de um IPhone 7 e as vantagens que o robô vai trazer, o valor fica acessível. Com o tempo, ele vai virar uma necessidade, pois limpa a casa melhor em menos tempo”, defende. O empresário afirma que o robô tem capacidade de fazer uma limpeza mais eficiente que a de um ser humano, pois detecta pequenas sujeiras que passam despercebidas pelas pessoas. O robô pode ser configurado para limpar ambientes específicos e tem sensores que o impedem de cair ao passar por degraus os desníveis.

Werner afirma que já está trabalhando em mais inovações para o robô. Uma delas é o controle dos eletrodomésticos da casa por meio da utilização de IoT. Além disso, ele também está desenvolvendo em uma funcionalidade de socorro para enfermos e idosos.

Nesse caso, o uso do robô será combinado à utilização de uma pulseira com botão de alerta. Quando houver uma queda, a pulseira aciona socorro e o robô vai até a pessoa que caiu. “Isso é inovador porque quem acompanha aquele idoso ou enfermo poderá ver ao vivo as condições da queda e até conversar por meio de uma videoconferência”, adianta.

Fonte – BVMI – Licio Melo – Thaíne Belissa/Diário do Comércio