Fibria ajusta investimento em projeto de expansão

Fibria ajusta investimento em projeto de expansão
A produtora de celulose Fibria avalia que os preços da commodity nos mercados globais estão estabilizados perto do nível do custo

“Os preços estão estabilizados em todos os mercados. Não vemos possibilidade de cair mais do que está hoje porque estão perto do custo dos produtores”, disse o diretor comercial, Henri Philippe van Keer, em teleconferência com jornalistas ontem.

“A demanda está boa. Não tem espaço (para os preços) caírem mais. Só vemos um sentido (para um possível reajuste)”, acrescentou o executivo, evitando comentar se a empresa aumentará preços.

A companhia informou mais cedo novo ajuste na previsão de investimento no projeto conhecido como Horizonte 2, de expansão de capacidade de sua fábrica em Três Lagoas (MS).

O valor foi reduzido para 7,7 bilhões de reais, ante 7,9 bilhões de reais informados em julho, em uma redução facilitada principalmente por menores reservas de capital para imprevistos na construção da nova linha de produção de celulose e variações cambiais, disse o presidente-executivo, Marcelo Castelli, durante a teleconferência. Em dólares, o valor foi revisto para 2,3 bilhões de dólares, ante 2,5 bilhões de dólares, informou a empresa.

Diretor Comercial da Fibria, Henri Philippe van Keer.
Diretor Comercial da Fibria, Henri Philippe van Keer.

Com a expansão da unidade, que segue dentro do cronograma de conclusão no início do quarto trimestre de 2017, a fábrica terá capacidade ampliada em 1,95 milhão de toneladas, para 3,25 milhões de toneladas anuais.

O diretor financeiro Guilherme Cavalcanti afirmou que a empresa acumulou até este mês caixa de cerca de 940 milhões de dólares, o suficiente para cobrir os investimentos no projeto Horizonte 2 e também para pagamento de dividendos mínimos obrigatórios, sem que a empresa tenha que buscar recursos no mercado de dívida até 2018.

Cavalcanti, porém, afirmou que a expectativa é que a Fibria continue rolando dívida, aproveitando oportunidades do mercado local, principalmente para reduzir os custos financeiros. “A demanda por nosso crédito continua muito forte. Nossos bônus estão sendo negociados a 103 por cento do valor de face”, disse o executivo.

Segundo o diretor financeiro, o nível de alavancagem continuará confortável, “pouco acima de duas vezes no segundo semestre”. Na primeira metade do ano, a relação de dívida líquida sobre lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ficou em 1,8 vez em reais e 2,1 vezes em dólares.

As ações da Fibria exibiam queda de 2,65 por cento às 13h55, enquanto o Ibovespa mostrava recuo de 0,2 por cento.

Fonte – BVMI – Licio Melo – Alberto Alerigi Jr./Reuters