Indústria de embalagens vai recuar 2,6%

Indústria de embalagens vai recuar 2,6%
Queda é fruto da fraca atividade econômica

A alta esperada nas vendas de embalagens no segundo semestre será insuficiente para compensar perdas registradas até junho. O setor deve movimentar R$ 60,6 bilhões este ano, recuo de 2,6% ante 2015, projeta a Associação Brasileira de Embalagem (Abre).

De janeiro a junho, a produção de embalagens registrou perdas em quase todos os segmentos no confronto com igual período de 2015, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“Chegamos a projetar perda de 3,7% na produção este ano, mas os números do segundo trimestre vieram um pouco melhor e o desempenho do segundo semestre deve levar o setor a fechar o ano com queda de 2,6%”, afirmou o coordenador de análises econômicas da Fundação Getulio Vargas (FGV), Salomão Quadros. A FGV realiza estudos do setor a pedido da Associação Brasileira de Embalagem (Abre).

No levantamento feito pela FGV, o único segmento que acumula alta na produção nos primeiros seis meses do ano é vidro (+1,09%). Na avaliação de Quadros, o movimento tende a ser pontual e o vidro responde por uma fatia pequena do mercado de embalagem.

A perspectiva para os meses seguintes e 2017, observou o economista, é de melhora gradual. Mas uma retomada consistente ainda depende do aumento do consumo pelas famílias brasileiras.

Presidente da Abre, Gisela Schulzinger
Presidente da Abre, Gisela Schulzinger

“A expectativa dos empresários também vem melhorando, acredito que em função de uma separação mais clara do cenário político e da economia. Além disso, estamos trabalhando para trazer cada vez mais inovação para essa indústria”, destacou a presidente da Abre, Gisela Schulzinger.

 

 

 

Luiz Henrique Duarte Diretor de Marketing da Bemis
Luiz Henrique Duarte Diretor de Marketing da Bemis

A fabricante de embalagens de plástico flexível Bemis também vê a melhora da confiança. “A demanda continua estável e vem retomando uma trajetória positiva, em linha com o aumento do índice de confiança da indústria”, disse o diretor de marketing para a América Latina da Bemis, Luiz Henrique Duarte. A fabricante espera um incremento de 2% nas vendas este ano.

 

 

Estratégia

Para a gaúcha Bonapel, que produz embalagens de papelão ondulado, isopor e polietileno expandido, a entrada em novas regiões do País vai garantir o aumento das vendas nos próximos meses.

“Atendíamos a cadeia de móveis, mas nos últimos dois anos a estratégia inclui trabalhar com clientes de nichos diferentes, como bebidas, cutelaria e eletroeletrônico”, disse o diretor comercial da Bonapel, Evandro De Bona. Ele espera ampliar em até 5% o volume vendido neste ano, depois de crescer 25% no ano passado. Para 2017, a meta é retomar o ritmo de expansão visto em 2015 com a entrada no Paraná, Rio de Janeiro e em São Paulo.

Já para a francesa Ipackchem, especializada em embalagens para a indústria química, a demanda da cadeia de agronegócio deve sustentar o aumento das vendas até 2017.

“Nossas vendas são movidas pela demanda do agronegócio e o Brasil é um dos maiores mercados para isso. Tanto que já esperamos ampliar a capacidade de produção em 2017”, reforçou o diretor da companhia, Philippe Carasso. A Ipackchem inaugurou sua primeira fábrica no Brasil este ano, em Paulínia (SP), mas o executivo não revela a capacidade instalada na unidade.

Fonte – Licio Melo – Jéssica Kruckenfellner / DCI