Minerva prepara investimento para reabertura de unidades no Centro-Oeste

Minerva prepara investimento para reabertura de unidades no Centro-Oeste
Especialista afirma que os investimentos devem superar R$ 300 milhões
Acontece hoje reuniões com autoridades do Estado de Mato Grosso para viabilizar reativações

As delações dos irmãos Batista – Wesley e Joesley – donos da JBS/Friboi, controlada pela holding J&F, estão levando os principais concorrentes do grupo no Brasil a considerar a reabertura de unidades no Centro-Oeste, sobretudo em Mato Grosso, onde se concentra o maior abate de gado no País.

De acordo com informações de fontes ao BVMI o Minerva, terceiro maior frigorífico do Brasil, vai reativar a unidade de Mirassol D’ Oeste, no MT, que estava parada desde 2015. Fontes do BVMI informam que o Marfrig, também vem planejando reaberturas no curto prazo.

Hoje, executivos do Minerva – que na semana passada confirmou ao BVMI a compra dos negócios da América do Sul da JBS – vão se reunir com autoridades do Estado de Mato Grosso para informar os planos de reativação.

A unidade vai precisar de alguns reparos e contratações, mas deverá voltar a operar já nas próximas semanas. Dona também de unidades de abate no Estado, a Marfrig, vai avaliar em julho, se abrirá a operação de Nova Xavantina, que fazia parte de uma massa falida e está fechada.

Licio Melo confirma que hoje o Minerva tem 70% de seu faturamento vinculado à exportação com estratégia em andamento para avanço no Oriente Médio.
Licio Melo confirma que hoje o Minerva tem 70% de seu faturamento vinculado à exportação com estratégia em andamento para avanço no Oriente Médio.

O especialista em vendas industriais Licio Melo, que possui vários clientes que fazem parte da cadeia de fornecedores deste mercado, afirma que a “concentração do setor apoiado principalmente pelo BNDES para compras dentro e fora do Brasil gerou um desequilíbrio enorme, pois estimulou práticas e condições desiguais de crescimento para apenas alguns grupos escolhidos“.

Licio também avalia que os problemas da JBS abrem oportunidades apenas para outros grandes grupos, pois a capacidade de investimento direto e expertise estão hoje na mão de poucos, “o mercado vai pular da frigideira e cair no fogo, pois em vez de cinco ou quatro grandes players teremos apenas um ou dois, isto é, ficará pior“.

Ele informa que o investimento do Grupo Minerva no curto e médio prazo para a reativação de unidades deve superar os R$ 300 milhões, o especialista finaliza dizendo que

” reativações desta natureza não são realizadas de maneira simples ainda mais em um espaço de tempo tão curto, esta movimentação vai gerar diversas oportunidades para indústrias que saibam vender neste mercado, nossos clientes já estão fazendo a lição de casa e esperamos um aumento de faturamento de fornecedores de máquinas, equipamentos e serviços industriais deste setor em cerca de 20% já no próximo trimestre”.

Aqui no BVMI você ficou sabendo com antecedência que no fim de 2015, o fundo Salic, da Arábia Saudita, comprou 20% do capital do frigorífico brasileiro, o que possibilitou maior musculatura para a companhia avançar no País. O investimento direto foi R$ 750 milhões do Salic que é uma gestora de recursos fundada em 2012 pelo Reino da Arábia Saudita para investir em agronegócios.

O grupo chegou a anunciar no ano passado a compra de um concorrente, o Frisa, mas a operação não foi adiante, mas segundo fontes do BVMI a operação ainda não foi totalmente descartada.

Crise.

A crise no setor de carnes com as delações dos irmãos Batista tem deixado vários pecuaristas, que fecharam contratos para entrega de gado para o JBS, preocupados. Maior frigorífico do País, o JBS é responsável por 20% do abate de gado no Brasil, segundo o pecuarista Pedro de Camargo Neto, vice-presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB).

“Só em Mato Grosso, abatem cerca de 50% do gado”, disse Camargo Neto.

A turbulência não afeta somente os pecuaristas que entregam gado só para o JBS. Desde as delações, os preços da arroba do boi têm caído fortemente.

Segundo Luciano Vacari, diretor-executivo da Associação de Criadores do Mato Grosso (Acrimat), os preços do gado recuaram de R$ 130 a arroba do boi para até R$ 115 no Mato Grosso. “Imagina a situação de um produtor de gado que se prepara de 24 a 30 meses antes para engordar o gado para vender para o frigorífico. De repente, tem essa situação”, disse Vacari. A mudança de política do JBS de não pagar mais à vista também afetou os pecuaristas. “Deixei de vender para o grupo”, disse o pecuarista Murilo Abrahão

Fonte – Camila Cocielo – BVMI – Mônica Scaramuzzo/OESP

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@LicioMelo