Previsão é a de que a nova fábrica e o centro de distribuição gerem 500 empregos diretos e outros 2,5 mil postos indiretos
O Aché vai investir R$ 500 milhões para construir uma nova fábrica e um centro de distribuição na Região Metropolitana do Recife-PE. Essa será a primeira unidade fabril do laboratório no Nordeste, região em que as vendas de medicamentos avançam acima da média do mercado nacional, e vai acelerar sua estratégia de crescimento. Até 2020, o Aché – que no ano passado teve receita líquida de R$ 2,4 bilhões – pretende dobrar de tamanho. E a meta é manter esse ritmo de expansão a cada cinco anos até 2030.
“Esse é o investimento da década em expansão industrial”, disse ao Valor o presidente do laboratório, Paulo Nigro, ressaltando que, somados, os desembolsos em pesquisa e desenvolvimento realizados nos últimos anos superam o valor que será investido em Pernambuco. A maior parte do investimento deve ser financiada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e, possivelmente, também pelo Banco do Nordeste.
Segundo o executivo, a despeito do cenário econômico desafiador, o projeto aprovado há cerca de um mês pelo conselho de administração demonstra a “fé e a crença” nos mercados do Norte e do Nordeste, que hoje já têm peso relevante nos negócios do Aché. Em volume, as duas regiões respondem por 20% das vendas do laboratório, que conta com quatro operações industriais nos Estados de São Paulo, Goiás e Paraná. “O Norte e o Nordeste crescem mais do que o restante do país e, para acompanhar, é preciso produzir localmente “, disse.
A previsão é a de que a nova fábrica e o centro de distribuição gerem 500 empregos diretos e outros 2,5 mil postos indiretos. Segundo Nigro, o impacto social do investimento no entorno do Recife “não é menos importante” que o retorno do Aché com o projeto. “Não tenho a menor dúvida de que a chegada de uma empresa como o Aché no polo do Recife gera um impacto descomunal. [O investimento] será indutor não apenas para a indústria farmacêutica, mas para a academia, para o laboratório público que já existe na região”, acrescentou.
A nova fábrica será erguida em uma área de 250 mil metros quadrados e será voltada à produção de medicamentos sólidos. A expectativa é a de que a plena operação seja alcançada em 2021, mas em 2019 já serão produzidas as primeiras unidades. Esses prazos levam em conta o rito das aprovações necessárias junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Um ano antes do início de produção, o novo centro de distribuição já deve estar pronto, ampliando a capacidade logística do Aché naquela região.
Fonte – BVMI – Leandro Munhoz – Stella Fontes/Valor
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