Cecil vence crise e aumenta suas vendas industriais

Cecil vence crise e aumenta suas vendas industriais
Receita da empresa supera R$ 330 milhões e para 2017 expectativa é de crescimento acima de 20%

Contrariando a média das empresas do setor metalúrgico no país, a Cecil, fabricante de produtos de cobre e latão, conseguiu elevar suas vendas e sua rentabilidade no ano passado e quer repetir a façanha em 2017.

A empresa consegue atravessar com força a crise econômica brasileira principalmente por conta de sua produtividade e de um arranjo setorial que a ajudou a fabricante a fechar grandes contratos com clientes importantes, revela o presidente da companhia, Miguel Carvalho.

Miguel de Carvalho é Presidente da Cecil S/A.
Miguel de Carvalho é Presidente da Cecil S/A.

No ano passado, a receita líquida da empresa alcançou R$ 330 milhões e para 2017 a expectativa é de crescimento acima de 20%, segundo o executivo. O lucro operacional, por sua vez, foi de R$ 20 milhões, e o resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês), de R$ 25 milhões – uma margem de 7,5%. Neste ano, Carvalho quer manter a margem próximo de 8%.

“No começo do ano passado, a situação da economia e da nossa empresa também era muito indeterminada. Isso nos deixou em um estado de atenção”, explica o executivo.

“Tivemos de cortar alguns funcionários e fizemos um pente-fino na liquidez dos nossos clientes. No fim das contas, tivemos contratação líquida de trabalhadores e a inadimplência dos clientes continuou praticamente a mesma”, acrescenta. Atualmente, a Cecil emprega 480 funcionários.

Um dos motivos para conseguir atravessar a recessão sem maiores problemas é o investimento de R$ 25 milhões nos últimos três anos que a Cecil desembolsou para adquirir máquinas e equipamentos – especialmente da Itália -, que elevaram sua produtividade consideravelmente. Foi o ponto principal de diferenciação da empresa para o resto do setor, diz Carvalho. “Agora os frutos começam a aparecer.”

A Cecil tem um portfólio de produtos que também a ajuda a enfrentar momentos piores na demanda. A carteira é diversificada, com 30% a 35% das vendas destinadas à transformação para instalações elétricas – como fios -, mais cerca de 30% para construção civil – metais sanitários, por exemplo -, 15% ao setor automobilístico – vergalhões – e mais 5% para vestuário – peças para fabricação de botões e zíper. O restante se divide em 15 outros segmentos.

O executivo ainda lembra que a companhia atende aproximadamente 1.000 clientes no total, com giro de 500 ativos todo mês.

“Muito da nossa estratégia, além de o ganho de produtividade ter ajudado, foi o aumento da participação na carteira de clientes importantes. Outros entraram em processo de consolidação e conseguimos fechar contratos relevantes”, diz o presidente.

“Também trouxe uma demanda pelos nossos produtos o fato de concorrentes enfrentarem muitas dificuldades nesse momento.” Do faturamento esperados para 2017, cerca de 10% serão oriundos de exportações, diz o executivo, com vendas principalmente para a Argentina, mas também para outros mercados sul-americanos.

No momento, entretanto, a companhia pretende rumar para a América do Norte, para se beneficiar do crescimento esperado em construção e infraestrutura nos Estados Unidos. “Em cinco anos, pretendemos atingir 25% de exportações”, afirma Carvalho.

Não só para o cobre, como para outras matérias-primas como o alumínio, a crise tem sido dura. A metalurgia brasileira enfrenta dificuldades pelo parco acesso ao crédito e a forte retração do consumo – por setores-chave como construção e transportes.

Licio Melo especialista em Vendas Industriais afirma que a participação do setor industrial no PIB, "Que já foi superior a 17%, hoje está em 10,9%".
Licio Melo especialista em Vendas Industriais afirma que a participação do setor industrial no PIB, “Que já foi superior a 17%, hoje está em 10,9%”.

De acordo com Lício Melo especialista em Vendas Industriais, uma das tendências que tem garantido a sobrevivência industrial é a “Estratégia de aplicar de forma sistemática uma prestação cada vez maior e diversificada de serviços que incluam expertise e diferenciais técnológicos. A companhia deixa de ser apenas uma produtora de bens para agregar soluções em manutenção e ampliação do atendimento no pós-venda em seus mercados de atuação”.

Aplicar técnicas de gestão comercial específicas para o segmento industrial segundo o especialista é um dos pontos fundamentais para que uma indústria possa se sobressair em seus resultados finais. “Montar uma equipe comercial que entenda o complexo funcionamento do processo de vendas técnicas e que as aplique na prática visando a aquisição de grandes contas industriais, inteligência em vendas industriais e prospecção adequada para a comercialização de grandes projetos faz toda a diferença” diz Licio.

Ainda de acordo com o especialista os clientes industriais de seu portfólio bateram sua meta semestral já em Março deste ano. Ele afirma que “Uma indústria dependente apenas de um mercado em sua atuação está cavando sua própria falência, hoje o mercado é global e o segredo das grandes multinacionais sempre foi este, se um mercado vai mal outro se encontra em recuperação sendo que é pra esta direção que vamos centrar todas as ações comerciais” finaliza o especialista.

A Paranapanema, por exemplo, que também fabrica produtos de cobre, está em processo de reestruturação financeira. No primeiro trimestre, divulgou o quarto prejuízo líquido trimestral consecutivo, de R$ 43,1 milhões. Dentre os motivos para as perdas, o pagamento de juros da dívida e a retração do preço do cobre em Londres. Carvalho, da Cecil, chegou a trabalhar quatro anos na Paranapanema.

Esse crescimento pelas próprias pernas da Cecil, contudo, tem prazo de validade, admite Carvalho. Daqui para frente, diz, a empresa vai buscar oportunidades de expandir seus negócios principalmente por meio de novos negócios. A ideia é avançar para a produção de semielaborados e agregar valor aos produtos que hoje já comercializa, além de focar em ligas especiais para altíssima tecnologia.

“Acreditamos na perspectiva econômica do Brasil e queremos continuar investindo em expansão. Mas não necessariamente em cobre e latão”, afirma o executivo, sem dizer quais áreas seriam preferenciais. “Seriam áreas similares, que não precisariam de equipamentos diferentes para a laminação, por exemplo. Algo que a Termomecânica fez recentemente também.”

A Termomecânica é transformadora do cobre metálico em produtos semielaborados e acabados, principalmente. Investiu R$ 27 milhões para readequar a infraestrutura e passar a fabricar também produtos de alumínio no segundo semestre de 2016.

Fonte – BVMI – Leandro Munhoz – Renato Rostás/Valor

Dica do BVMI – Trabalhe na Cecil S/A, acesse “Vagas“, desejamos a todos boa sorte nos negócios e em seu processo de recolocação!

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