Gastrading confirma R$ 5 bilhões em nova termelétrica

Gastrading confirma R$ 5 bilhões em nova termelétrica
Investimento acontecerá na Baixada Santista e vai gerar 4,5 mil empregos

Integrado por gasodutos marítimo e terrestre e um terminal offshore de gás natural liquefeito sustentável (sem agressão à qualidade atual do meio ambiente), o projeto garantirá a oferta do combustível aos municípios instalados na região costeira, de Peruíbe a Cubatão, e a geração de energia, também a partir do gás, com a futura Usina Termelétrica Atlântico Energias – UTE.

A usina, projetada para ser instalada em uma área de 30 hectares (300 mil metros quadrados) nas proximidades do Jardim São Francisco e de Caraminguava, do lado direito (sentido Peruíbe) da Rodovia Padre Manuel da Nóbrega, poderá fornecer de 1.700 MW (megawatts) para os 1,7 milhão de moradores da Baixada Santista.

Será a terceira termelétrica instalada na região. A primeira foi a termelétrica Aditya Birla Carbon Columbian Chemicals e a segunda, a Eusébio Rocha, da Petrobras, ambas em Cubatão.

O empreendimento foi confirmado ao BVMI pelo presidente da Gastrading, Alexandre Chiofetti, durante visita na semana passada. O projeto está atrelado ao futuro leilão de energia que o Governo Federal realizará em 2018, para garantir alternativas de eletricidade no caso de futuras crises hídricas.

Alexandre Chiofetti é o Presidente da Gastrading.
Alexandre Chiofetti é o Presidente da Gastrading.

Se o licenciamento ambiental for concedido, a usina e o terminal de abastecimento marítimo, além de dutos e sistemas de transmissão, começarão a ser construídos em 2019, para entrarem operação a partir de 2023.

A matriz energética será o gás de xisto e derivados, adquiridos no exterior, e aportando em Peruíbe em navios tanques especializados nesse tipo de transporte. A empresa abriu mão do gás natural da Petrobras e da Bolívia.

Chiofetti informa que, entre os benefícios do empreendimento para o País, está o atendimento às necessidades da Comgás, empresa que comercializará o produto, já que a Petrobras começa a escassear o fornecimento do gás natural para atender a essa distribuidora. Para Peruíbe, o investimento – que contará com recursos do Grupo Léros e de outros investidores parceiros o que vai dar um enorme impulso à economia do Litoral Sul.

OPORTUNIDADES

Peruíbe se beneficiará também com o aumento da arrecadação tributária: estão previstos inicialmente R$ 9 milhões por ano, a partir do início das operações, que poderão dobrar nos primeiros cinco anos.

A atividade também vai gerar aumento da participação do município na parcela do ICMS arrecadado pelo Governo do Estado e no crescimento das atividades comerciais, serviços e indústrias, decorrentes da implantação da usina.

Segundo o presidente da Gastrading, Alexandre Chiofetti, o projeto é uma alternativa confiável, limpa e com baixo impacto ambiental. Vai gerar eletricidade a preços competitivos.

E para a população de Peruíbe e do restante do litoral, representa uma alternativa de crescimento econômico, dando garantia energética para o desenvolvimento de atividades industriais. O executivo não revelou valores de investimento, mas disse que o montante com os terminais de importação corresponde a “centenas de milhões de dólares“.

INVESTIMENTO DIRETO E VAGAS

Consultado pelo BVMI sobre o impacto dos investimentos envolvidos na implantação da futura Usina, o especialista em vendas industriais Licio Melo informou que após uma análise geral do projeto sua conclusão é de que o investimento deverá alcançar uma média de R$ 5 bilhões. Ele confirma ainda que no decorrer da obra, devem ser gerados cerca de 4.500 empregos diretos e a partir da operação do sistema, que está projetado para 2023, haverá a contratação de cerca de 500 trabalhadores, gerando mais de 2 mil postos de forma indireta.

Licio Melo confirma que o investimento direto deverá alcançar uma média de R$ 5 bilhões.
Licio Melo confirma que o investimento direto deverá alcançar uma média de R$ 5 bilhões.

Licio Melo enfatiza que a cadeia de fornecedores que já está sendo criada deve ser visualizada como uma oportunidade em vendas industriais que não pode ser ignorada por nenhuma companhia do setor.

“Nossos clientes industriais do segmento estão preparados para fazer dinheiro com este grande empreendimento” informa o consultor.

Ele diz ainda que Gastrading deve entrar em um leilão de energia já em 2018, assim a obra teria início em 2019 e até 3 anos para operar com o gasoduto, podendo até mesmo ter esses prazos antecipados, um indicativo de que a janela de oportunidades para vendas industriais é de curto prazo e deve ser trabalhada com inteligência.

O especialista finaliza informando que o projeto na prática vai possibilitar ainda a expansão da rede de gás natural a ser comercializada pela Comgás em Peruíbe, Itanhaém, Mongaguá e também Praia Grande.

LIXO DOMÉSTICO

Os investidores estão de olho em outro empreendimento que pode ser instalado na região compreendida pelos municípios do Litoral Sul: uma usina de tratamento e de queima de lixo doméstico, uma vez que o atual aterro sanitário do Sítio das Neves, na Área Continental de Santos, está atingindo grau de saturação.

O projeto Verde Atlântico Energias dá garantia de fornecimento de gás natural para a queima nas futuras usinas de resíduos da Baixada Santista

O PROJETO NA PRÁTICA

Vinte milhões de metros cúbicos de gás natural liquefeito, importados do exterior e transportados em navios tanques chegarão diariamente ao terminal offshore em Peruíbe. O projeto prevê a operação média de um navio por semana no início e de um por dia na fase posterior.

A partir daí, o gás será direcionado até a Estação de Medição e Regulagem de Pressão por uma canalização com cerca de 10 quilômetros, enterrada a uma profundidade de cerca de cinco metros, desde o mar até a Usina Termelétrica, que fica do outro lado da Rodovia Padre Manuel da Nóbrega.

É um sistema semelhante ao já existente em Praia Grande, onde a Petrobras tem o ponto de entrada do gás natural do Poço de Merluza, que vem da plataforma continental marítima.

A Gastrading, braço do Grupo Léros, ligado a atividades de geração de energia, decidiu implantar uma usina a gás natural em Peruíbe após ter estudado áreas também no Rio de Janeiro e em São Sebastião. Optou pela Baixada Santista e garante que não afetará reservas de preservação ambiental nem de proteção indígena.

O estudo das áreas começou em 2011. Segundo o engenheiro Paulo Guardado, gerente de projetos da Gastrading, o gás natural é um combustível fóssil mais limpo que óleo, diesel e carvão, argumento utilizado pelo grupo para neutralizar as dúvidas e até manifestos contrários de movimentos ecológicos sobre a sustentabilidade do empreendimento.

Fonte – Afonso Marques – Especial para o BVMI

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