Grupos chineses devem trazer US$ 20 bi para o Brasil em 2017

Grupos chineses devem trazer US$ 20 bi para o Brasil em 2017
Investidores já desembolsaram US$ 21 bi na compra de empresas brasileiras desde 2015

O Brasil em crise virou a grande oportunidade para os chineses ampliarem seus negócios no País. Sem medo de gastar e com forte apetite para o risco, eles planejam desembolsar neste ano mais US$ 20 bilhões na compra de ativos brasileiros – volume 68% superior ao de 2016, segundo a Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China. O movimento tem sido tão forte que o País se transformou no segundo destino de investimentos chinês na área de infraestrutura no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.

Na lista de companhias que planejam desembarcar no País, de olho especialmente nos setores de energia, transportes e agronegócio, há nomes ainda desconhecidos dos brasileiros, como China Southern Power Grid, Huaneng, Huadian, Shanghai Eletric, SPIC e Guodian. “Há dezenas de empresas chinesas que passaram a olhar o País como oportunidade de investimentos e estão há meses prospectando o mercado brasileiro”, diz Charles Tang, presidente da CCIBC.

Enquanto essas companhias não chegam, outras chinesas estão mais avançadas na estratégia de expandir os negócios. A State Grid, por exemplo, liderou os investimentos no ano passado, com a compra da CPFL; a China Three Gorges arrematou hidrelétricas que pertenciam à estatal Cesp e comprou ativos da Duke Energy; a China Communications Construction Company (CCCC) adquiriu a construtora Concremat; e a Pengxin comprou participação na empresa agrícola Fiagril e na Belagrícola.

Licio Melo afirma que somente a CCCC tem R$ 40 bilhões para investir no mercado brasileiro.
Licio Melo afirma que somente a CCCC tem R$ 40 bilhões para investir no mercado brasileiro.

De acordo com a CityCorp, consultoria especializada em gestão e vendas industriais desde 2015 para cá, os chineses já compraram 21 empresas brasileiras, que somaram um total de US$ 21 bilhões em investimentos diretos.

Licio Melo que é CCO (Chief Commercial Officer) da CityCorp e especialista em vendas industriais afirma que esta é uma tendência irreversível, uma vez que os ativos das companhias brasileiras estão nivelados por baixo por conta da grave crise enfrentada nos últimos anos.

O especialista confirma que está coordenando a formação de equipes comerciais para duas grandes indústrias chinesas que desejam explorar ainda em 2017 não somente as oportunidades no mercado brasileiro como também em toda a América Latina. De acordo com Licio Melo nos próximos meses, vários negócios em andamento deverão ser concluídos e que tem recebido consultas diárias de companhias chinesas visando a criação de estratégias comerciais e a seleção de engenheiros e vendedores técnicos com objetivo de explorar a retomada do mercado brasileiro. Ele finaliza dizendo que os chineses são muito criteriosos em relação a suas estratégias comerciais, eles visam equipes pró-ativas e trabalham muito o conceito de inteligência comercial, algo que para nós na CityCorp é o conceito fundamental no dia a dia de vendas industriais.

Um exemplo claro desta movimentação é o caso da Shanghai Electric, que estuda assumir projetos de transmissão da Eletrosul, cujos investimentos somam R$ 3,3 bilhões; a SPIC está na disputa pela compra da Hidrelétrica Santo Antônio; e a CCCC tem vários ativos na mira, de construtoras a ferrovias. Outra que fez aquisições em 2016 e não deve parar por aí é a Pengxin. A empresa negocia a compra de parte do banco Indusval, existem planos da Pengxin levantar um fundo de US$ 1 bilhão para investir em agricultura ainda em 2017.

A gigante CCCC (China Communications Construction Company) que vem aparecendo com frequência aqui no BVMI tem planos ambiciosos para o mercado brasileiro. Ela entrou devagar no Brasil no fim de 2016, com a compra de 80% da construtora Concremat Engenharia, por R$ 350 milhões, mas hoje tem em caixa R$ 40 bilhões para investir nos diversos setores da infraestrutura, como portos, rodovias e ferrovias.

Com um faturamento global de quase US$ 60 bilhões por ano e mais de 100 mil empregados na China, a CCCC tem feito investimentos pesados fora do país – como projetos imobiliários nos Estados Unidos e de infraestrutura em países asiáticos. Agora, mira o Brasil porque vê a oportunidade de avançar em portos e ferrovias.

Fonte – BVMI – Leandro Munhoz – Renée Pereira – Mônica Scaramuzzo/OESP

Dica do BVMI – Trabalhe na Concremat, acesse TRABALHE CONOSCO, conheça as oportunidades em aberto, desejamos a todos boa sorte nos negócios e em seu processo de recolocação!