Maxvinil se instala no Paraguai e agora compete com Multinacionais

Maxvinil se instala no Paraguai e agora compete com Multinacionais
Empresa de Mato Grosso abriu uma planta no país vizinho e já está competindo com multinacionais

O Paraguai vem sendo chamado de “case” de sucesso da América Latina. Nos últimos anos, cresceu entre 3% e 4% economicamente, enquanto os demais países ficaram na média de 2%. A favor deste cenário, algumas empresas brasileiras estão migrando para o país vizinho e Mato Grosso também já começa a seguir esta tendência.

O empresário e presidente da Associação das Empresas do Distrito Industrial de Cuiabá (Aedic), Domingos Kennedy Garcia Sales, possui uma planta do Grupo Maxvinil instalada em Amambay. Eles encontraram lá tudo que procuravam: um lugar com baixo custo de logística, operacional, incentivos fiscais e proximidade com os grandes mercados consumidores.

“Há quatro anos nós iniciamos um estudo de viabilidade de uma planta no Paraguai, porque dentro do segmento do grupo nós temos uma indústria que requer muita competitividade. Então, trazer matéria-prima que é da China para Mato Grosso, transformar e devolver para o grande consumidor das regiões Sul e Sudeste, resulta em uma perda muito grande de competitividade”, explicou.

Um dos pontos principais assinalados pelo empresário é a burocracia, que segundo ele é praticamente zero. “O custo lá é infinitamente mais barato, pois eles têm uma politica agressiva de incentivo para a indústria se instalar localmente lá. Um custo muito caro diz respeito às obrigações sociais trabalhistas, lá o custo é muito mais barato. Energia elétrica, que aqui tem um custo muito grande, lá é 30% mais barata que aqui”.

Domingos Kennedy é o Diretor-Presidente da empresa.
Domingos Kennedy é o Diretor-Presidente da empresa.

Além disso, importar matéria-prima para o Brasil se tornou muito caro, segundo explica Kennedy. “Na cadeia imposto-frete-logística, a matéria-prima acaba custando em torno de 35%. Ou seja, para pensar em produzir no Brasil com matéria-prima importada, você precisa ter esses 35% antecipados. Lá não tem isso. No Paraguai a matéria-prima entra e você só paga 1% para exportar o produto produzido lá”.

Vários empresários estão pensando em migrar do Estado para lá e alguns fortemente influenciados pelo presidente da Aedic. “É uma questão de sobrevivência. Aqui no Brasil o empresário está sufocado, massacrado, porque quando o governo quer aumentar imposto joga para o empresário. Governo não gera riqueza nenhuma, quem gera é a classe produtiva. Então eu faço alguns comparativos quando me perguntam sobre lá e aqui”.

No Paraguai, Kennedy afirma que sua empresa se tornou mais competitiva no mercado, conseguindo brigar com suas concorrentes multinacionais do segmento. “A empresa começou a produzir em 2014 com 100 toneladas de resina/mês e hoje nós estamos produzindo 1.500 toneladas de resinas/mês. Lá eu consigo brigar com esse pessoal e aqui eu não consigo”.

Foram investidos em torno de US$ 10 milhões para levar a planta da empresa para o outro país. Hoje, segundo ele, já tem investidos lá cerca de US$ 30 milhões. Para instalar a mesma planta no Brasil, ele precisaria de pelo menos US$ 5 milhões a mais. “A diferença é gritante”.

Sobre a MAXVINIL

A empresa MAXVINIL TINTAS E VERNIZES S/A, genuinamente Mato-grossense, implantada no estado a mais de 20 anos, vem acompanhando o crescimento e desenvolvimento de nossa região. Durante todos esses anos contribuindo de forma responsável, coerente e ecologicamente correta. Uma empresa geradora de emprego e renda para muitas familias mato-grossense. Em nosso grupo contamos 1.000 empregos diretos e mais de 2.500 indiretos. Atendemos mais de cem municípios em nosso estado com nossos produtos de qualidade comprovada e atestada por órgãos competentes.

Processo de desindustrialização

Dados recentes apontam que o Brasil passa por um processo de desindustrialização e a participação da indústria na economia brasileira é cada vez menor. Em 1985, a indústria respondia por 25% do PIB, em 2016 respondia por 15%. O efeito decorre de vários fatores, como a competição com a economia chinesa, o câmbio sobrevalorizado, a falta de inovação, juros elevados e custos implícitos do sistema nacional.

Licio Melo em um distrito industrial paraguaio, ele coordena o Projeto Paraguai da CityCorp.
Licio Melo em um distrito industrial paraguaio, ele coordena o Projeto Paraguai da CityCorp.

“Vou ser bem sincero: se for uma indústria que depende de matéria-prima importada, que consome muita energia, o Paraguai dá de mil a zero para você instalar uma empresa lá do que no Mato Grosso ou qualquer outro lugar do Brasil”, analisa Kennedy. Então, o Brasil só vê o agronegócio, que segundo ele já está muito bem representado.

É preciso, na visão dele, alavancar todos os negócios que estão sendo esquecidos pelo governo. “Não conheço nenhum país desenvolvido sem indústrias. Não podemos virar um fazendão, apesar de ser muito importante, mas está faltando uma transformação na indústria. Acredito que o Estado de Mato Grosso é com certeza uma grande potência e apto para produzir toda a sua matéria-prima aqui”.

Paraguai X Brasil

Em uma rápida análise sobre as diferenças entre os dois países, salta logo à vista o motivo de empresários do mundo inteiro estarem instalando suas plantas no Paraguai. Vão atrás de mão de obra mais barata, impostos menores e segurança jurídica, e o país abre as portas para saudar os que ali desejam se instalar, acesse VÍDEO com todas as vantagens deste mercado.

Projeto com Gestão Comercial e muita Cautela

De acordo com Licio Melo que coordena o PROJETO PARAGUAI da empresa especializada em Gestão Comercial para a indústria CityCorp, um dos pontos fundamentais é a necessidade de se ter uma consultoria de confiança para que o projeto tenha sucesso. Ele afirma que a cascata de benefícios existentes para os industriais no Paraguai, deve estar acompanhada de uma estratégia comercial bem elaborada aproveitando as facilidades encontradas para se entrar em mercados globais antes praticamente inacessíveis para quem manufatura no Brasil.

O PROJETO PARAGUAI da CityCorp teve início a partir de 2008 na tentativa de salvar empresas nacionais que já se encontravam praticamente engolidas pelo processo acelerado de desindustrialização do mercado brasileiro. A Lei de Maquila é apenas uma das dezenas de alternativas existentes para que um projeto desta envergadura tenha sucesso.

Licio Melo orienta que é preciso dedicação total por parte do industrial em todas as etapas do processo, apoio irrestrito de uma equipe profissional e que tentar economizar contratando amadores coloca em risco todos os benefícios dessa complexa mudança. Ele concluiu dizendo que já presenciou nestes últimos anos ótimas indústrias e marcas com bons projetos amargando e vendo seu investimento virar pó após confiar em vários “cantos de sereia” que existem em solo Paraguaio, assista VÍDEO com as mais recentes informações sobre o Paraguai.

Fonte – BVMI – Leandro Munhoz – Catia Alves/Circuito Mato Grosso