Nidec compra Embraco por US$ 1 bilhão

Nidec compra Embraco por US$ 1 bilhão
O negócio, que deve ser concluído no início de 2019, pode chegar a US$ 1,08 bilhão

A Whirlpool, fabricante de eletrodomésticos dona das marcas Brastemp e Consul, está vendendo sua unidade de compressores, a Embraco, para a japonesa Nidec. A agressiva concorrência de fabricantes de compressores, em especial da China, pressionando preços e rentabilidade para baixo, pesou na decisão. O negócio, que deve ser concluído no início de 2019, pode chegar a US$ 1,08 bilhão.

Fundada no Brasil na década de 1970, a catarinense Embraco foi incorporada pela Whirlpool em 1997 como parte da compra da Brasmotor, então dona da Brastemp e da Consul.

A empresa é a maior fabricante de compressores herméticos para refrigeração do mundo, com 11 mil funcionários em oito fábricas no Brasil, China, Eslováquia e México. A venda à Nidec não inclui a fábrica da Itália, que está sendo fechada.

A operação da Embraco foi, por muito tempo, um diferencial estratégico importante pois garantia acesso ao componente que é o coração de uma geladeira. Mas a “comoditização” desse mercado tirou esse atrativo e ainda colocou pressão nos resultados.

Em 2017, a Embraco atingiu US$ 1,3 bilhão em vendas, um aumento de 4% em relação a 2016. Mas, o lucro operacional ajustado, que exclui eventos não-recorrentes, caiu 5% pelo segundo ano consecutivo, para US$ 96 milhões. A margem operacional ajustada ficou em 7,4%. Era de 8,1% em 2016.

A avaliação feita pela Whirlpool era de que seria muito difícil manter a Embraco competitiva daqui para frente – e ainda tendo que disputar recursos para investimentos com a divisão de eletrodomésticos. Dentre as principais concorrentes da Embraco, estão as chinesas Jiaxipera, Huayi, Donper e GMCC (da Midea); e a Tecumseh, sediada nos Estados Unidos.

Os eletrodomésticos, e não os compressores, são o foco da estratégia do CEO mundial da Whirlpool, Marc Bitzer. Ele está há quase seis meses no cargo, no lugar de Jeff Fettig, que ficou 13 anos no comando da companhia.

O próximo passo no Brasil, que abriga uma das maiores dentre as 11 fábricas da Embraco no mundo – alterna esse posto com a coligada da China – será seu desmembramento da Whirlpool, que tem capital aberto na B3.

A Whirlpool também deve iniciar negociações com a Nidec para continuar sendo abastecida de compressores, preferencialmente apoiada em contratos de longo prazo. Uma fonte próxima da operação avalia que, uma vez assumida pelos japoneses, dificilmente a Embraco no Brasil terá sua administração descartada.

Também não se vislumbra um cenário de demissões em massa. O negócio de compressores é algo relativamente novo para a Nidec.

Sobre a Nidec

Sediada em Kioto, a Nidec é uma das maiores fabricantes de motores de precisão do mundo, usados em computadores. No ano fiscal encerrado em março deste ano, registrou lucro líquido de 132 bilhões de ienes (US$ 1,2 bilhão), um aumento de 18% em relação ao ano fiscal anterior, e uma receita de 1,5 trilhão de ienes (US$ 13,5 bilhões), alta de 24%.

Os produtos para o setor automotivo, de eletrodomésticos, indústria e comércio – na qual a Embarco será posicionada – representaram quase metade da receita da Nidec no ano fiscal anterior, mas o lucro operacional ainda é menor que o registrado pela divisão de motores de precisão.

Nidec compra Embraco por US$ 1 bilhão
A Nidec é uma das maiores fabricantes de motores de precisão do mundo.

A Embraco representa para a Nidec um reforço na divisão de motores para o segmento de eletrodomésticos. A unidade, que se especializava em motores para lavadoras de roupa, secadoras e lava-louças, ampliou sua atuação para o segmento de compressores no começo de 2017 com a compra da alemã Secop Group.

O mercado de compressores para geladeiras tem uma demanda global de 170 milhões de unidades por ano, o que permite vislumbrar “atraentes oportunidades de crescimento”, informou a Nidec ontem. Não disse se pretende manter ou eliminar a marca Embraco.

No Brasil, no começo do ano passado, a Embraco comprou o controle da startup UpPoints, de Florianópolis. Criada em 2012, ela desenvolveu um sistema de inteligência artificial que permite monitorar vendas e o comportamento do consumidor por meio de câmeras instaladas em lojas.

No fim de 2016, a Whirlpool fez uma oferta pública de aquisição de ações para fechar o seu capital e o da Embraco na bolsa brasileira. O processo da Embraco foi bem-sucedido, mas o da Whirlpool não. Ela continua cotada na B3, embora com pouca liquidez – a PN subiu 7% ontem, a R$ 5,56 e a ON teve alta de 5%, a R$ 5,25.

Fonte – BVMI – Gustavo Brigatto-Cynthia Malta/Valor

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