Planta fabril brasileira emprega 1.570 pessoas e fatura US$ 1,9 bilhão
Confiante de que uma retomada firme da economia do país vai ocorrer a partir de 2019, a Novelis, fabricante global de produtos laminados de alumínio, acaba de aprovar novo pacote de investimentos para o Brasil.
Sediada em Atlanta, EUA, a companhia confirmou ao BVMI um novo investimento de R$ 650 milhões para ampliação de sua a capacidade de produção de chapas e de reciclagem de sucata do metal em sua fábrica em Pindamonhangaba (SP).
A Novelis é uma companhia subsidiária do grupo indiano Aditya Birla, controlada diretamente pela Hindalco Industries, líder na indústria do alumínio e cobre. Presente em dez países, emprega 11,5 mil funcionários e teve receita de US$ 11,5 bilhões no ano fiscal encerrado em março deste ano.
No Brasil, a empresa tem operações de laminação em Pindamonhangaba e Santo André (SP). Emprega 1.570 pessoas e faturou US$ 1,9 bilhão.
“Vislumbramos crescimento do mercado brasileiro nos próximos anos e nossa estratégia sempre foi se antecipar a esses ciclos de aumento da demanda”, disse Tadeu Nardocci, vice-presidente sênior da Novelis e presidente do grupo na América do Sul.
A expansão da fábrica paulista vai elevar a capacidade atual de fazer 580 mil toneladas para 680 mil toneladas ao ano de chapas de alumínio e adicionar 60 mil toneladas nas instalações de reciclagem, para 450 mil toneladas. Os recursos, segundo o executivo, serão próprios, com a geração de caixa da companhia.
O projeto começou a ser planejado há nove meses e teve a aprovação do conselho no início de novembro, afirmou Nardocci.
A previsão é iniciar as obras em fevereiro, assim que tiver a licença de instalação, e começar a operação dos novos equipamentos em meados do primeiro semestre de 2021.
O aumento da oferta de chapas busca atender principalmente o segmento de embalagens de alumínio (latinhas para cerveja, refrigerantes, sucos e outras bebidas).
Cerca de 70% das vendas da Novelis destina-se às fabricantes de latas. Esse mercado passou de 6,5 bilhões de unidades em 1997 para 12,2 bilhões dez anos depois e para 23,8 bilhões no ano passado – cresceu 5% em 2017 e indica repetir o percentual neste ano.
No ano encerrado em março, a foram produzidas 523 mil toneladas de chapas. As exportações são no mercado spot, 10% a 15%, para EUA, África e Oriente Médio.
“Brasil e países da América do Sul são nosso grande mercado e que damos prioridade“, diz Nardocci.
Outro fator importante é o fim da lata de aço para bebidas no país. No início do ano, a Metalic, fábrica de latinhas da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), vendida em 2016 para a CanPack, foi convertida para alumínio.
“Queremos estar prontos para uma retomada forte do consumo no mercado brasileiro”, afirmou Nardocci. Outros consumidores que atende da cadeia do alumínio são os setores de transporte (indústria de ônibus), bens industriais e bens de consumo.
O executivo lembra que a fabricação de latas tem crescimento mais acelerado, com destaque para o segmento de cervejas.
O novo investimento no Brasil é definido cinco anos após concluir o investimento de US$ 340 milhões na expansão dessa mesma fábrica, que passou de 400 mil para 600 mil toneladas por ano de chapas.
Em 2014 foram completados mais dois investimentos – US$ 60 milhões numa linha de pintura de chapas, de 100 mil toneladas, e US$ 46 milhões para ampliar a reciclagem, que saiu de 200 mil para 390 mil toneladas atuais.
No pacote, estão incluídas a construção de um novo sistema de captação de água, no rio Paraíba do Sul, e a aquisição de terrenos no entorno da fábrica que somam 380 mil metros quadrados.
“Essas áreas são opções que teremos, para daqui a cinco anos, caso surjam oportunidades fazer de novos investimentos“, afirma.
A expansão, segundo a empresa, vai gerar 50 empregos diretos na fábrica de Pindamonhangaba. De acordo com o executivo, é o terceiro grande investimento da Novelis neste ano.
Primeiro, foi uma nova fábrica de chapas de alumínio, no Kentucky, Estados Unidos voltada para o setor automotivo. Custou US$ 300 milhões.
No mês passado foi anunciada uma expansão na China, na unidade de Changzhou, também para área automotiva, de US$ 180 milhões.
Fonte – BVMI – Ivo Ribeiro/Valor
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