Pellco investirá R$ 1 bilhão para construir fábrica de pellets no RS

Pellco investirá R$ 1 bilhão para construir fábrica de pellets no RS
A nova planta industrial deve gerar cerca de 800 novos empregos diretos

O sócio-fundador da Castlepines Corporation, David Grose, desembarcou em São Paulo há cerca de 40 dias, para conhecer de perto o projeto para a construção de uma indústria de pellets (que é a madeira transformada em pó e concentrada em pequenos palitos para serem usadas nas usinas termelétricas e para aquecimento), em Pinheiro Machado no Rio Grande do Sul.

Na capital paulista, Grose foi apresentado pelo empresário Luiz Eduardo Batalha (proprietário da empresa Pellco Pinheiro Machado – dona do projeto da indústria), às empresas que irão desenvolver a montagem do empreendimento, entre elas a alemã Siemens.

Já em solo gaúcho, o mega-investidor neozelandês – que opera mais de 800 fundos de pensões, principalmente ingleses – a sede da empresa fica em Londres -, foi recepcionado no Palácio Piratini, em Porto Alegre, pelo governador em exercício José Paulo Cairoli e grande parte do secretariado do governo do Estado.

Também estava presente Luiz Eduardo Batalha e seu filho Guilherme Batalha – que é o principal negociador do projeto. De helicóptero, o executivo, acompanhado do chefe da Casa Civil Fábio Branco, sobrevoou o Porto de Rio Grande (local onde a produção deve embarcar para exportação) e também a região até a estância Guarda Velha, em Pinheiro Machado, conhecendo também parte das florestas que irão fornecer matéria-prima.

Em terra, Grose esteve na área adquirida pela Pellco próximo a Fábrica de Cimentos da Votoran, quase na divisa com Candiota. Guilherme Batalha, o prefeito de Pinheiro Machado, Zé Antônio e o seu vice, Jackson Cabral, acompanharam a visita ao local.

De acordo com os participantes do evento o investidor se mostrou bastante otimista com o que pode constatar e verificar durante a visita. Para ele, o Brasil é um lugar importante para investimentos, pelo potencial de crescimento. Grose avalia que o projeto da indústria caminha muito bem, pois existe demanda para o produto e preços atrativos.

Área de 138 hectares recebeu a visita do Presidente do Fundo Castlepines, David Grose (centro). Foto: Roberto Witter, Conteúdo Agência Multimídia.
Área de 138 hectares recebeu a visita do Presidente do Fundo Castlepines, David Grose (centro). Foto: Roberto Witter, Conteúdo Agência Multimídia.

Outra constatação do investidor foi a ansiedade da região pelo investimento, a boa receptividade, além de demonstração de interesse local para o fornecimento da mão de obra.

Também, ele destacou o adiantamento do projeto e a recepção importante do governo do Estado para auxiliar nos pequenos entraves ainda existentes. “Estamos apenas aguardando os documentos finais da família Batalha, que possui nossa confiança, para então liberarmos os recursos necessários. Lá em Londres também há otimismo para que o projeto saia do papel logo”, disse.

A questão de um terminal de embarque no Super Porto de Rio Grande ainda é um dos principais problemas para o empreendimento. Luiz Eduardo Batalha falou que reconhece o empenho do governo do Estado, contudo em se tratando do porto há dependência do governo federal. Ele também informou que há avançadas negociações com compradores japoneses para o produto.

A Castlepines investe patrimônio próprio e de parceiros em ativos para obtenção de rendimentos seguros e à longo prazo. Ela opera principalmente nos setores de mineração e recursos; geração de energia e utilitários (caso dos pellets); imobiliário e no transporte marítimo.

A Castlepines procura comprar ativos duradouros e de caráter conservador que fornecem um fluxo seguro de renda passiva. O patrimônio líquido é proveniente dos próprios fundos de pensão, grandes fundos públicos de pensão e fundos de pensão de companhias de seguros. A empresa possui sedes ao redor do mundo, como EUA, Japão, Austrália, Alemanha, Inglaterra, Rússia e África do Sul.

A INDÚSTRIA

Na primeira fase se pretende produzir 900 mil toneladas de peletts por ano (o projeto prevê ainda outras duas fases, que ao cabo produzirão 1,8 milhão de ton/ano), com o corte de 5 mil hectares de floresta anualmente. Além disso, a planta produzirá sua própria energia com a implantação de uma central termelétrica com produção de 50 megawatts (MW)/hora, consumindo uma parte e vendendo o excedente.

O investimento inicial é de 300 milhões de dólares (mais de R$ 930 milhões). Na termelétrica, além de peletts, será utilizada a casca das árvores cortadas, os galhos e folhas resultante do corte, além de casca de arroz.

A indústria inicialmente pretende gerar 150 empregos na planta industrial (110 na produção de pellets e 40 na termelétrica), bem como, cerca de 650 na colheita da madeira, que será toda mecanizada, perfazendo 800 empregos diretos.

A Pellco já adquiriu uma área de 137 hectares para instalar a indústria, que fica a cerca de dois quilômetros da Vila Umbus (comunidade localizada ao lado da Fábrica de Cimentos da Votorantim). O local, muito privilegiado, tem a estrada de ferro passando praticamente dentro da propriedade.

A 50 metros está a BR-293 e a cerca de um quilômetro da divisa com o município de Candiota. Neste momento, o empreendimento se encontra em fase de licenciamento ambiental e a previsão de construção é de dois anos.

Fonte – BVMI – Licio Melo – João Andre Lehr/Jornal Tribuna do Pampa

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